O conceito de metaverso, um mundo virtual universal e imersivo, parece estar na mente de todos recentemente. Mas isso não é uma novidade de forma alguma. Mas desde a criação do termo (1982) até os dias de hoje, muita coisa mudou. Neil Stevenson nunca imaginaria que 60 anos depois de seu romance, alguém compraria uma versão digital de uma bolsa Gucci no maior metaverso, Roblox, por milhares de dólares.
Com curiosidade e admiração vem o escrutínio. Além das preocupações com a privacidade, há cada vez mais céticos expressando que o metaverso não é uma boa ideia. Vamos explorar suas razões e decidir se os metaversos são tão bons quanto os entusiastas dizem que são.
Motivo 1: não é tão diferente da internet
A internet indiscutivelmente encabeça a lista dos maiores metaversos. Então, por que se preocupar em chamá-lo de algo diferente se a internet já oferece um (tipo de) ambiente compartilhado de mundos real e digital?
Os metaversos se inspiram em livros escritos nos anos 1980 e início dos anos 1990, que foram as visões fundamentais do ciberespaço. Mas essas visões precederam a internet moderna, e as realidades virtuais pareciam uma ideia melhor. Por enquanto, as telas são a interface mais prática e os mundos virtuais de nicho podem operar online sem a tecnologia VR.
Motivo 2: mais distópico do que você pensa
Mesmo os metaversos imaginários não são tão divertidos e positivos quanto parecem. Em Snow Crash, de Neal Stephenson, a maior parte da América foi dividida em feudos corporativos, e o personagem principal trabalhava para um monopólio de pizza. Os anos se passaram e os leitores esquecidos o transformaram em uma visão incrível da tecnologia futura.
O Metaverso já está tendo um problema distópico. Alguns avatares ficam nas esquinas virtuais e gritam sobre as últimas notícias horríveis, recebendo 0,00000000001 BTC.
Motivo 3: a compatibilidade cruzada não funciona
Se você viajasse entre os jogos em um metaverso, isso precisaria ser incorporado no desenvolvimento. Imagine os itens mais simples que você poderia migrar entre os jogos. Esses itens só podem ser compatíveis entre si se seguirem os mesmos padrões técnicos, o que naturalmente limita suas possibilidades e funções.
E se alguém hospedar um festival em um jogo de sobrevivência? E se você levar comida para um novo mundo que não deveria estar lá? É possível esperar tremendos desafios narrativos também.
Agora, considere os diferentes tipos de metaverso e seus modelos, que suportariam ainda menos criatividade inovações.
Motivo 4: o valor não está claro
Mark Zuckerberg quer que seu metaverso seja uma internet materializada onde vivencia experiências ao invés de ser apenas um observador. Mas qualquer pessoa que já tenha usado a internet concorda que experimentar os cantos mais obscuros online parece um pesadelo.
Pode haver diferentes metaversos nos quais você realmente gostaria de estar. Mas lembre-se de que é algo projetado para imersão sensorial completa. Os bullers e pessoas que praticam o ódio eventualmente encontraram as comunidades online mais divertidas, inocentes e acolhedoras.
Considerações finais: os metaversos valem todo o hype?
Os metaversos estão na moda, mas são mais do que exageros. Certamente há muitas pessoas que acreditam genuinamente no conceito e gostam de passar o tempo em metaversos. Os principais metaversos, Decentraland, The Sandbox, Roblox, Axie Infinity, Sorare e Illuvium, têm milhões de usuários ativos mensais combinados.
Os argumentos acima são válidos. Mas eles não parecem mudar a tendência, considerando que gigantes da tecnologia como Meta, Apple e Microsoft estão de olho no metaverso. Quer alguém goste ou não, o metaverso pode ser a próxima grande novidade em tecnologia.