Em 1996, Larry Page e Sergey Brin lançaram um mecanismo de busca chamado BackRub. Em 1998, o mecanismo foi renomeado para Google, que é um erro de ortografia da palavra “googol” – o número um seguido por cem zeros (10100). Avance seis anos para o IPO do Google em 2004, quando a empresa abriu seu capital.
Mas este rápido resumo mal cobre o que aconteceu antes e durante este lendário IPO. Vejamos seis fatos interessantes em torno da estreia do Google em Wall Street.
1. O IPO foi muito esperado
Quando o Google foi lançado? 1998. Quando ocorreu o IPO do Google? 2004.
Assim, a empresa teve seis anos de crescimento constante antes de ser listada. No primeiro semestre de 2004, sua receita ultrapassou US$ 1,3 bilhão, um aumento de quase US$ 560 milhões em relação ao ano anterior. Todo mundo estava interessado no Google, mas o Google não tinha pressa.
Antes de revelar os planos de IPO, os fundadores acreditavam que a empresa tinha caixa suficiente para financiar o negócio e havia gerado caixa adicional por meio das operações. Não houve necessidade imediata de financiamento adicional.
Quando o Google estava se preparando para converter para ao status de empresa pública, alguns especularam sobre um vínculo Microsoft-Google. Com teorias variando de uma espécie de fusão a uma aquisição total, mas nada do tipo aconteceu.
2. Muitos no Vale do Silício foram pessimistas
Mesmo os maiores defensores das ofertas públicas iniciais de ações de tecnologia foram esmagadoramente pessimistas em relação à oferta do Google. Stephen Wozniak, que acompanhou o mundo da computação financiando vários empreendimentos comerciais depois de deixar a Apple, disse: “Não estou comprando”.
O problema não era apenas sobre o Google – o mercado ruim também desempenhou seu papel. As ações de tecnologia estavam estagnadas e o Nasdaq estava em um ponto relativamente baixo. Pouco antes do Google, vários IPOs de tecnologia foram adiados ou cancelados. Isso não trouxe muita esperança aos investidores de ações de tecnologia ou às empresas emissoras.
3. A jornada para Wall Street foi tortuosa
Larry Page e Sergey Brin, CEO e presidente do Google, não facilitaram. Eles mantiveram sua promessa de manter o Google uma empresa não convencional, optaram por não receber previsões financeiras a cada trimestre e assumiram projetos arriscados de longo prazo às custas de ganhos de curto prazo.
Além disso, Page e Brin apareciam para apresentações de investidores vestidos de forma menos que casual. Quando questionados sobre o IPO, eles fizeram comentários improvisados que não forneceram muito. Suas entrevistas da Playboy também revelaram que eles não registraram suas ações corretamente, o que foi uma violação direta das regras pré-IPO.
4. Leilão holandês foi uma escolha controversa
Na carta do IPO do Google, os fundadores anunciaram o método pouco ortodoxo de abertura de capital — o leilão holandês. Esse tipo de venda permite que um investidor faça uma oferta sem saber o que os outros ofereceram. Tanto as instituições quanto os indivíduos poderiam participar. Quando todos os lances foram feitos, a empresa trabalhou na lista de licitantes até que o número total de ações desejado fosse vendido.
Em teoria, o leilão holandês do Google pretendia reduzir o spread de preços do primeiro dia. Mas como a avaliação da empresa não foi levada em consideração, resultou em uma oferta subvalorizada.
5. O IPO tornou a maioria dos funcionários milionários
Os funcionários em tempo integral do Google são pagos em ações na forma de Restricted Stock Units, que se transformam em ações. Quando a empresa abriu o capital, cerca de 2.500 funcionários receberam isso. O IPO tornou os maiores talentos milionários, e até o chefe de cozinha e massagista da empresa obteve retorno.
Muitos dos novos milionários no papel não puderam falar com a imprensa por causa de um “período de silêncio” exigido. Mas foi revelado que apenas três anos após o IPO, cerca de 1.000 pessoas cada uma detinha mais de US$ 5 milhões em ações do Google.
6. O IPO do Google foi controverso e bem-sucedido
A gigante de tecnologia em ascensão atingiu sua meta anterior de US$ 108 a US$ 135 – o IPO acabou custando US$ 85. Os resultados abaixo do esperado atraíram muita imprensa na época e muitas críticas.
Desde então, a atitude em relação ao IPO do Google mudou para “o que é realmente importante é o preço no final”. Quem comprou cedo foi recompensado. O Google nunca caiu abaixo do preço do IPO e tem sido uma ação em crescimento desde então.
Mesmo antes da listagem do Google, Wall Street achava que deixar os preços para as massas era uma má ideia. Mas nada poderia parar o líder de mercado em ascensão na época. No final do ano, as ações do Google dobraram. Em 2022, o preço das ações aumentou 2.700%. Com os planos futuros e oportunidades de aquisição do Google, sua história pode ficar ainda melhor e mais gratificante para os primeiros investidores.